sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Por vergonha, ou não

O meu filho nunca foi grande amante de carnavais. Por vergonha, calculo. E eu entendo-o. Há coisas, (como a vergonha) que ou vamos perdendo com o tempo, ou vamos sabendo gerir. Eu era muito envergonhada em miúda, e hoje não tenho vergonha nenhuma (a avaliar pelo tamanho dos calções que vesti hoje, quem me vir, pode até dizer que sou uma desavergonhada, mas não quero saber). Já a minha filha, sempre foi muito mais foliona (e com muito menos vergonha), e lá foi hoje toda entusiasmada com a sua farda semi costurada por ela. Afinal o intuito do professor de que falei aqui não saiu completamente gorado, porque a rapariga acabou por recortar (embora extremamente mal recortado) um avental de plástico, e umas mangas para a camisola. E sabendo ela o quão prendada é a mãe para as artes da costura (não se pode ser prendada em tudo, ora bolas), resolveu a questão sozinha. Agrafou os ditos adereços de plástico à roupa, e o assunto ficou arrumado (e muito mal enjorcado, diria a minha mãe).
Ele, o príncipe deste reino, teimou que este ano não ia mesmo mascarado, porque ninguém da sua turma ia, e eu perante este argumento não insisti. Argumento totalmente falso, descobri hoje. Só ele e os seus comparsas (o grande amigo e a grande amiga), é que não foram. O que me deixou deveras irritada. Se foi por vergonha, devia saber gerir. E entrar na diversão (que afinal de contas, vai passar apenas pela parvoeira de se andarem a encharcar com balões de água, supostamente proibidíssimos , e correrem o risco de apanhar uma bela constipação, quiçá uma pneumonia).
 
 

Uma rainha a modos que zangada

Era uma vez uma Rainha. Uma rainha que se aplicou a estudar com o seu príncipe mais novo, essa grande revolução industrial do séc. XIX. Uma rainha que ficou satisfeita quando constatou que o príncipe sabia a matéria toda, (de ponta a ponta) e ficou confiante numa excelente nota.
Uma rainha que ficou algo desapontada, quando foi  buscar o príncipe à escola, e este lhe disse que o resultado deste estudo se tinha traduzido num satisfaz bastante (a rainha esperava um plenamente).
Uma rainha que ficou possessa quando verificou o teste e viu a resposta que o príncipe deu à questão acerca do  descontentamento dos operários relativamente à  exploração de que eram alvo. Uma rainha que não consegue tirar esta belíssima resposta, do seu pensamento:
 
os trabalhadores não estavam contentes, porque passavam muitas horas fechados nas fábricas, e não tinham tempo para se divertirem. (assim, tal qual...)
 
Uma rainha que constata que afinal isto é tudo uma questão de perspetiva. O salário, a falta de condições, a inexistência de seguros de trabalho, a mão de obra feminina e  infantil (mais barata), isso não interessava nada. Tivessem eles um bocadinho de tempo para a diversão, e ó pá, estava tudo numa boa.
Uma rainha a modos que zangada.
 
 

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Estávamos mesmo com saudades

 
 
Afinal, depois de dois dias de sol, e a cheirar a primavera, eis que... chove novamente. Estávamos mesmo cheios de saudades.
(e com esta chuva, caminhada adiada.)

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

A primeira caminhada (não oficial)

Saí para almoçar. Fui a pé. Não era propriamente já aqui ao lado mas decidi ir a pé, uma vez que ainda não dei início às tão proclamadas caminhadas.  Já cheira a primavera, e eu decidi tonificar (e não engordar). Passei por várias lojas que me enchem as medidas. Olhei de soslaio. Estou na avenida mais cara do país. Vai de retro tentação.
Devia ter almoçado isto.
 
 
Mas decididamente não sou uma pessoa de ervas. E por isso almocei isto (que nem um alarve) .
 
Tinha pensado regressar de metro. Mas uma vez que ainda não é hoje que vou (oficialmente) caminhar, fiz o caminho de regresso a pé. Cheguei com os bofes quase de fora,  mas com a sensação de que a caminhada (não oficial) de hoje está feita. Da próxima que me decidir por uma empreitada destas, tenho de trazer os nike air  . Os meus pés vão agradecer (e eu também, bolas).

 


Raspas, estalinhos e serpentinas. Era isto.

Ainda o carnaval.
No meu tempo (bolas, que dizer isto assim, faz-me sentir um tantóquanto velha), o bom do carnaval eram os estalinhos, as raspas, e as serpentinas. Não eram os ovos, ou a farinha, tão pouco as bombinhas de mau cheiro (sempre fui muito avessa a tudo o que cheira mal).
Eram mesmo os estalinhos e as raspas, os meus favoritos.
Hoje, uma coisa deste género, seria automaticamente banida sem dó nem piedade (não fossem os miúdos ficar sem um dedo, ou quem sabe uma mão!).


(estou muito saudosista hoje)

Carnaval à porta

O carnaval está aí, e o meu filho não se quer mascarar. Nos anos anteriores vem sempre com esta lenga lenga. Não quer. E depois, quase de véspera, perante a constatação de que a turma vai toda mascarada, segue aquela velha máxima:  se não os podes vencer junta-te a eles. Se inicialmente ainda gastei uns trocos (jeitosos) com fatiotas elaboradas, nos últimos dois anos improvisei. Há dois anos transformei-o numa bela miúda, com direito a maquilhagem, casaco de peles e muitos adereços. Se ia um pouco envergonhado de início, no fim acabou por não se arrepender, porque ganhou o desfile. Ela, tem ido sempre.
Este ano, e perante o silencio deles relativamente a esta questão, nem me lembrava do carnaval. Ela, está a fazer o seu próprio fato na aula de EV. Um desfile a sério, todas as turmas do terceiro ciclo envolvidas, com materiais recicláveis. Ontem apareceu-me com a fatiota. Anos cinquenta. Aquilo que inicialmente me disse que seria a sua saia (um saco do lixo preto, transformado numa bela saia rodada), era...uma saia normal, de tecido, preta às bolas brancas, emprestada por uma colega. E uma camisola branca. Perguntei-lhe onde estavam os materiais recicláveis. Ah, o stor disse-me que isto estava perfeito. estes tecidos são todos recicláveis. Calculo que perante a falta de tempo (e quiçá empenho dos alunos) o stor tenha usado a mesma máxima : se não os podes vencer, junta-te a eles.
 
Ele, já disse com convicção, que este ano não vai mesmo mascarado. Afinal, com quase doze anos, está um homem. E isto, são coisas de miúdos...
Tenho de os informar que no domingo temos o nosso habitual jantar de carnaval, com a  grupeta do costume. E que vamos todos mascarados. Porque se isto são coisas de miúdos, então nesse dia, somos todos... miúdos!
 
(e tenho três dias para pensar nas indumentárias!)
 

Saudades

Ontem deitei-me a pensar na minha avó. De quem tenho muitas, mesmo muitas saudades. A minha avó, não era letrada, mas era dona de uma sabedoria muito própria. Assim como detinha uma linguagem única e singular. Usava palavras indecifráveis para a maioria do comum dos mortais, mas a que nos fomos habituando, e percebendo no contexto. A minha avó dizia constantemente que nós, a netas, lhe provocávamos muitas fezes. E fezes neste contexto, eram apenas preocupações. E que essas fezes lhe tinham marcado a face magra e ligeiramente encovada, repleta de rugas.  A minha avó andava descalça, fosse verão, fosse inverno. A minha avó vivia na rua. Tinha uma casa, imaculadamente arrumada e limpa, mas era na rua, no seu pequeno monte ribatejano, que vivia os dias. A minha avó cheirava a fumo. E que saudades eu tenho desse seu cheiro tão peculiar. A minha avó fazia lume com uma perícia única, que eu (nem com meia dúzia de caixas de acendalhas) jamais saberei fazer. A minha avó cozinhava ao lume, em panelas de barro, e que saudades tenho dos seus cozinhados. A minha avó fazia as melhores torradas do mundo, no lume, a escorrer manteiga. A minha avó nunca viajou, e nunca gostou de sair dali, do seu pequeno mundo. E quando o tinha de fazer, poucos km que fossem, ficava doente e enjoada. A minha avó era feliz no seu pequeno mundo (quero acreditar que sim). A minha avó não era letrada, não sabia fazer contas, mas sabia o valor exato que tinha no seu mealheiro. Aquele frasco de tofina, com notas imaculadamente enroladas, que estava enterrado na capoeira das galinhas qual tesouro escondido, para uma hora de aflição.
A minha avó não era letrada, mas sabia fazer o melhor pão, em forno de lenha. Aquele forno, que não tem botão para regular a temperatura, mas que ela sabia quando estava muito ou pouco quente. A minha avó não era letrada, mas sabia fazer-se entender com as galinhas, os patos, e os pombos. E tinha um orgulho extremo na sua horta imaculadamente cuidada.
A minha avó partiu, sem aviso prévio. E eu tenho tantas, mas tantas saudades dela.
 
 

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Uma nova descoberta. Um novo ensinamento (ou não)

O nosso cão (ops, Schumi. devo trata-lo pelo nome. ontem em conversa com os miúdos, referi-me a ele como " o cão" e levei uma bronca do meu filho. porque os ensino que nunca se devem a referir a ninguém como ela ou ele - ela, quem? - e por isso dizer o cão, era fazer o mesmo. desprestigiante para o bicho, afinal de contas) já pode ir à rua.
O Schumi, já vai à rua. Feliz e contente, corre, saltita, cheira todos os cantos e recantos, mordisca a relva, e pêlo ao vento, ali anda ele, numa descoberta de um mundo totalmente novo.
Fazer na rua o que é suposto, é que nem vê-lo. Lá ando, munida de dois biscoitos dentro do bolso, à espera do grande acontecimento, para o poder presentear e fazer uma festa, de modo a que ele perceba que é ali que deve fazer os chichis e os cocós (coisa que eu vou agradecer solenemente).
Pois ontem, ali andei, quase a gelar de frio, cheia de paciência, mais para a direita, mais para a esquerda, mais uma volta e nada. Desisti. Assim que entrámos em casa, o raio do bicho deu um sprint ao quarto do meu filho, e foi mesmo ali, em cima do tapete, que largou uma poia gigante (e gigante é mesmo o termo certo para o tamanho da poia, tendo em conta que o cão - sim, o cão! - pesa apenas quilo e trezentas, e consegue defecar de uma só vez aquilo que eu calculo que pese no mínimo umas duzentas gramas).
Fiquei possessa. Dei-lhe um grito, e ele olhou para mim com olhos de carneiro (cão) mal morto. Imagino que tenha pensado : "ufa, ainda bem que viemos para casa. mais um bocadinho e tinha feito ali mesmo. na rua."
 
 

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Bem avindos



Afinal, e relativamente a esta situação aqui , os papeis inverteram-se novamente para a posição correta. Estava eu a pensar como lhe dava aquela má noticia, e ela a contorcer-se por me dar a conhecer a sua mais recente negativa num teste de matemática. Fiquei tão triste (e zangada), que até lhe mostrei a camisola quase como que se estivesse a mostrar um troféu ( o que pode parecer um ato de vingança, mas era mais de revolta. pelas duas. pela falta de concentração dela no teste. pela minha falta de concentração nas lides domésticas).
Para piorar, o príncipe também trazia a boa (má) nova de um mísero satisfaz a inglês. Levaram os dois um sermão tal, que há muito não os via tão amiguinhos. Perante esta adversidade uniram-se e parece que até vão dormir juntos esta noite. 

Quando eu e a minha irmã em miúdas discutíamos, a nossa avó costumava dizer que era muito feio ver duas irmãs mal avindas. 
Os meus filhos hoje estão bem avindos. Eu gosto de os ver assim. 
Mas bom, bom, seria bem avindos, com boas notas. Que essas também são sempre bem (a)vindas.


Como dar uma má notícia.

      (ou não...)
 
Há certas ocasiões, em que os papeis entre mãe e filha se podem inverter.
Esta, é uma delas.
A princesa tinha uma camisola giríssima. Mais propriamente um camisolão. Comprida (a tapar o rabo), largueirona, branca, cravejada com brilhantes na parte da frente em forma de caveira. Ficava mesmo bem com umas leggings. Dava-lhe um ar descontraído, mas fashion.
Ontem com a mania das pressas, espetei com ela na máquina de secar.
Saiu-me uma mini camisola. Deve estar a bater pela cintura, com manga à três quartos.
E estou aqui a pensar como é lhe vou contar isto logo à noite.

A caminho da tonificação

 
 
Nunca fiz exercício físico. Nunca gostei. Nunca lhe ganhei o gosto (mesmo quando experimentei). No ginásio ( e já estive inscrita por diversas vezes, a pagar, que esta coisa da anuidade obrigatória é mesmo boa para pessoas assim como eu, que vão o primeiro mês, e pagam os restantes onze sem pôr lá os pés) até gostava das aulas. Mas descoordenada como sou, perdia sempre o fio à meada das coreografias, ou andava sempre ao contrário de toda a gente. Fazer só condição física, era um castigo penoso, e pagar para sofrer também não é o meu forte (mais valia pagar e não ir), e por isso jurei a mim mesma nunca mais cometer a loucura de me inscrever num ginásio. Ainda por cima vivo num sítio fantástico para a prática do exercício físico ao ar livre e, gratuito ( tirando o facto de ter de pagar o condomínio do dito, mas isso são outros quinhentos, com ou sem exercício, tenho de o pagar e tenho). Assim, desisti do ginásio, e dediquei-me às caminhadas. Dediquei-me, é uma força de expressão. Porque esta dedicação dura em média umas cinco ou seis semanas antes das férias de verão, com o máximo de duas caminhadas semanais.
Este fim de semana, quando fui às compras com os miúdos, decidi comprar uns calções. Experimentei um S, que me estava ligeiramente folgado. A princesa até arregalou os olhos e disse "leva o XS que assim eu também visto". Assim fiz. Isto de vestirmos o mesmo tamanho, acaba por virar poupança. Logo a seguir presenteou-me com o seguinte comentário " 'tás mesmo magra mãe. mas tás mesmo, mesmo flácida".
E pronto. Dito assim, tomei a decisão. Vou retomar as caminhadas. Ainda não sei quando, mas vou!
 

Bem vindo sol!

Ainda está frio, ainda chove, mas o sol tem espreitado com mais frequência do que aquilo a que nos vinha a habituar. E por isso, cheira-me já a primavera. E é tão booommmmm !!!


Fim de semana sem filhos

Este foi o meu fim de semana sem filhos. Sendo que, os meus fins de semana sem filhos, são (felizmente) sempre muito relativos. Por motivos profissionais do meu ex-rei, acabo sempre por passar o sábado quase todo com eles. E entre o futebol, um jantar em família, umas compras rápidas no shopping, o tempo que estive sozinha, foram praticamente as noites. A primeira noite em regra, sabe-me bem. Amo os meus filhos incondicionalmente, mas uma noite sem partilhar o sofá, e sem partilhar a tv, sabe-me a descanso. Aproveito para pôr as series que sigo (mais ou menos) em dia, vejo um filme, como chocolates, batatas fritas ou pipocas, acendo umas velas, e fumo um cigarro ali mesmo ( com peso na consciência, a pensar que no dia seguinte abro todas as janelas, e o cheiro se dissipa por completo, e um dia tomo a porra da decisão de deixar de fumar).
Acabo sempre por adormecer no sofá, e acordo sempre a meio da noite, com uma dor no pescoço que me obriga a ir para a cama.
A segunda noite já me inquieta um bocadinho. Fico farta de ver televisão, farta dos chocolates e das iguarias que tenho no armário, e fico com fome de comida a sério, coisa que me recuso a fazer. A terceira noite vira quase um suplício. O silêncio, o sofá com as formas do meu corpo, a televisão que é vira o disco e toca o mesmo. Por isso, quando o ex-rei me pediu ontem para ser eu a preparar os almoços dos meninos para hoje, saltei do sofá, e num repente, o fogão estava cheio de tachos e panelas. Um tacho de arroz, um tacho de feijoada de chocos e camarão, uma panela de sopa, e no entretanto um cesto gigante de roupa passada a ferro. Ele ( o ex-rei) sempre me disse que eu não sou capaz de estar parada. Eu sou. Mas só um bocadinho.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Levas uma chapada que até andas de lado!

Ontem quando fui buscar os miúdos à escola, estava a chover. Aquela chuvinha apelidada de "chuva molha parvos".
Ora eu, que não sou parva (pelo menos a maioria das vezes), e que até ia munida de dois (dois!) chapéus de chuva, saí do carro, para ir em busca das crianças,  qual mãe preocupada e galinha, e trazer os seus pintos resguardados dos chuviscos.
A princesa agradeceu, que tinha lavado o cabelo de manhã, e vive já os dramas da humidade-estraga- cabelo-pranchado (ainda por cima dizem que a prancha também estraga o cabelo mas que fica bom ar, lá isso fica). O príncipe ignorou a minha solicitude, e correu em direção ao carro, à chuva, a rir, e a gritar que (assim com'á assim) já estava todo encharcadinho (do pé d'água que tinha caído antes deste chuvisco molha parvos).
Eu comecei a barafustar "príncipe, tu importas-te de não ir à chuva se faz favor???" (pronto, não lhe chamo príncipe, como devem calcular, que isto do reino era mais nas histórias à noite, quando eles eram ainda pequenos, e eu raramente barafustava, - acho - chamo-o mesmo pelo nome, que não me apetece escarrapachar aqui).
E ele riu-se, com gozo, (com gozo, mesmo nitidamente a gozar comigo), e disse :
Se não, dás-me uma chapada que até ando de lado?
Mas disse aquilo tão alto, que eu pensei que se alguém ouvisse ainda pensava que eu ando à bofetada aos miúdos por dá cá aquela palha (que não ando, embora às vezes devesse andar). E logo a seguir saiu-se com outra pérola (de novo, num volume bastante elevado),
Ou então como diz o pai. Dou-te uma lamparina que te colo à parede e até te mijas todo!
E riu-se ainda mais alto (a irmã gargalhava), porque sabia que me estava a desafiar ao máximo. Rezei para que ninguém tivesse ouvido, não só porque nos dias que correm ainda corremos o risco de ser visitados pela segurança social sob suspeita de maus tratos, mas também pelo teor da frase em si.
Primeiro: dou-te uma chapada que até andas de lado, não me parece de todo uma frase que eu use assim recorrentemente. Ou então, se calhar uso, e já nem dou conta (vou estar atenta). Segundo: o pai viveu connosco até há 14 meses atrás. Pelo menos, na minha presença nunca me lembro do até te mijas todo. Da lamparina ( quem é que se lembrou de inventar lamparina para apelidar uma chapada?)- que até te colo à parede, tenho ideia. Da parte do mijas, não. Até porque eu teria repreendido. Porque se há palavras que acho feias, essa é uma das que está no topo (talvez logo a seguir a cagalhão). E por essa razão, por saber que condeno o uso da expressão, o miúdo resolveu abusar (ao máximo) e testar a minha paciência e benevolência. Por isso, e por isto serem só e apenas, ameaças. Aposto que se eu de vez em quando lhe desse uma chapada que até andava de lado (e garanto, não era preciso muito, que aos 11 anos, ainda não chegou aos 30 kg), ou o pai lhe desse uma lamparina (lamparina???) que o colasse à parede, e o fizesse verter águas (esta expressão é muito mais bonita, e soft), ele não brincava com isto. Ai não brincava, não.   

Um lugar mágico

A composição feita pelo príncipe ontem, e que tinha como tema "um lugar mágico": 

Um lugar mágico
A minha casa é um lugar mágico.(ai pois é, meu filho. falta-lhe é a magia de se limpar e arrumar a ela própria. assim... como que por magia!) É lá que estudo, durmo, brinco. (pois, lá está. não falas na questão arrumar, depois de brincar. nem no banho. porque essa magia, não existe) Tenho lá os meus pais, o que a torna bem melhor,(estou mesmo, mesmo baralhada...o pai já não vive connosco, e hoje definitivamente tenho de lhe perguntar se ele está consciente disso, ou se isto foi só fruto da sua imaginação, assim um desejo...mágico)  pois eu adoro os meus pais.(ainda bem que adoras. os pais criam os filhos para ouvir estas coisas, mesmo) São os meus deuses.(posso por obséquio ser a Afrodite?)
A minha casa é especial, pois quando lá estou é como sentir-me em liberdade (mas com algumas regras, claro).(claro. claro. clarinho como a água) 
Gosto muito da cozinha da minha casa, pois é lá que como os cozinhados da minha mãe, que também são muitas vezes quase mágicos.(isto é graxa? quando reclamares mais uma vez que seja, enfio-te logo a magia pela boca abaixo)
Mas é no meu quarto , que eu vivo o mundo da fantasia. Lá, já vi bruxas, unicórnios, esqueletos e muitas criaturas.(felizmente raramente tens pesadelos, se não, com bruxas, esqueletos e cavalos com cornos, isso era capaz de dar umas noites em claro) Já tive várias aventuras e desventuras, como quando ganhei uma guerra contra dragões.  Mas isto é segredo. Um segredo só meu. E por isso ainda torna tudo mais mágico.(e pronto. reina de fato a magia, neste nosso castelo . está provado. )
 
 

Está a ficar refinado, o miúdo.

 
Ontem o príncipe cá do reino, pediu-me para o ir buscar (a ele e ao amigo) mais cedo à escola, para que antes de os levar ao treino de futebol ainda pudessem fazer uma jogatana de PlayStation. Fiz-lhe a vontade (porque felizmente, não tenho de cumprir horários "à risca").  Já depois de os ter deixado no futebol, fui a casa da BFF (que por acaso vive no mesmo prédio), e vi a filha da BFF (que por acaso é da turma do meu filho), a fazer uma composição para língua portuguesa (tpc para entregar amanhã, disse-me ela. boa, pensei eu. o gajo lembrou-se da PlayStation, mas do tpc, nicles).
Quando ele chegou a casa, já depois da nove da noite, perguntei-lhe como quem não quer a coisa: não há trabalhos de casa? ele olhou para mim com ar de quem tenta descobrir o que é que eu posso saber que ele não saiba, ou não se está a lembrar. E não se lembrava mesmo. Quando  fiz o favor de lhe avivar a memória, e estando eu sentada com o pc no colo, ele teve a (distinta) lata de me dizer :
podes fazer tu, aí num instantinho? eu tive um dia exaustivo (exaustivo! foi mesmo este palavrão que ele usou!) de escola, um treino duro, e estou mesmo cansado.
Podia ter-me rido, porque isto às vezes até dá  para rir, mas resolvi dizer apenas que o dia exaustivo de escola foi seguido de hora e meia a jogar PlayStation, e que se os treinos o deixam tão cansado, o melhor é deixar de ir. Porque o futebol não pode prejudicar a escola.
Enfiou o rabo entre as pernas, e voltou com uma folha manuscrita (com a pior letra que conseguiu, com certeza), e pediu-me apenas para o transcrever no pc e imprimir. E contar as palavras, porque havia um limite. A "coisa" não estava mal de todo, mas além de ter cortado algumas frases (porque ultrapassava o tal limite), alterei a ordem de dois parágrafos. E corrigi dois ou três erros ortográficos. E o resultado (que segue já no próximo post) deixou-me a pensar.
 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O meu lado mais rude


O melhor do meu dia.


Princesa:


sabe, (com ar altivo), tenho seguido atentamente o seu blog. E estou a gostar muito. Principalmente de conhecer esse seu lado assim... mais rude.


Rude? (perguntei a medo, que isto de me tratar por você - que não trata - e de usar a palavra rude, podia ter mil e um significados)


Sim, uma asneireca aqui. Outra acolá....

(espero não estar a criar nenhum precedente) 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Uma ganda prózada

Ontem no carro (eu e as minhas crias)
 
Princesa : mãe, amanhã não posso ir à natação. Apareceu-me o período.
 
Príncipe: mana, já experimentas-te aqueles novos pensos da evax ? os mini-packs? aquilo deve ser uma ganda prózada . Dá para levar para todo o lado....
 
 
Entenda-se por prózada  nesta linguagem (pré) adolescente, uma coisa assim muito à frente. Muito boa. Enfim, mesmo, mesmo pró. E embora os novos evax possam ser do mais prózado que há, não meu filho, ainda não dão muito jeito para levar para a piscina. Para isso, há outras alternativas.

(se ele um dia, por ventura lê isto, estou completamente feita. feitinha da silva, como ele costuma dizer)

Nasceu com o rabo virado para a lua.

Educar é talvez uma das missões mais difíceis que conheço. Nunca fui de ler livros sobre o assunto, nem mesmo quando engravidei pela primeira vez, e me sentia ainda uma miúda, com um novo ser dentro de mim, com tantas dúvidas e incertezas a crescerem com ele. Ele, este novo ser, que se tornou numa ela, e a quem fui dando o melhor de mim, e foi aprendendo comigo, e com quem fui aprendendo também.
Sei que esta (interminável) missão de educar consegue ainda ser mais complexa, quando se multiplica. Ter dois filhos, é gerir constantemente a personalidade e a maneira de ser de cada um, principalmente, quando apesar de irmãos, conseguem ser tão diferentes um do outro. E esta gestão torna-se diária, constante. Porque as bases sendo iguais, o obrigado(a), o se faz favor, o cumprimento diário, são... bases. O resto, a maneira como se lida com cada um deles, é em tudo tão diferente. Porque o castigo que a um pode dar resultado, ao outro pode ter o efeito contrário. Porque se com um conversas e explicas de uma maneira, ao outro sabes que a conversa e a explicação tem de ser conduzida de outra forma. Porque se há um que é mais sensível e preocupado, há outro que é mais descontraído e absorto. Porque se com um te chateias com uma nota menos boa,  repreendes e até barafustas porque sabes que "espicaçado" se vai esforçar mais para a próxima, com outro perante a nota menos boa, reages de maneira diferente, não te chateias (ou demonstras não te chatear), conversas calmamente, tentas (ou finges) compreender, porque sabes que vai ser uma forma de incentivo.
 
Esta semana, perante a aflição do miúdo que ia ter no dia seguinte falta de material porque eu não tinha assinado duas fichas de avaliação, e ele se tinha esquecido delas na escola, ainda equacionei a hipótese de as ir assinar de manhã, para evitar as faltas, evitar que ele ouvisse o raspanete (mais que justo) da professora, e evitar eu própria, ouvir as queixas da professora acerca da falta de responsabilidade (constante) dele ( porque a mim, apesar de o reconhecer, me custa ouvir ).
Não fui. Ele estava nervoso. Com medo. Inseguro acerca do dia que estava prestes a enfrentar. Achei por bem não ir. Porque sabendo que nesta árdua missão de educar, tantas vezes cometo erros, não quis cometer este deliberadamente. Achei que ele devia arcar com as consequências da sua irresponsabilidade, uma vez que este não foi um caso isolado. Uma vez que todas as semanas há um caderno, um livro, um (ou mais) casacos perdidos pela escola, deixados ao sabor do vento, sem preocupações de maior.
Achei que lhe faria bem enfrentar aquele medo, aquela insegurança, aquele nervoso, para que numa próxima se lembrasse e talvez se tornasse mais responsável.
 
Há no entanto miúdos que nasceram com o rabo virado para a lua. O meu filho foi um deles. Ontem andei o dia todo com o coração apertadinho, porque o imaginei encolhido na sua secretária, enquanto a professora lhe gritava (como ele diz) umas boas verdades. Senti-me mal, por não ter lá ido, assinar as fichas e evitar faze-lo passar por isto, apesar de saber que era o mais correto.
E a primeira coisa que lhe perguntei assim que o vi a correr para mim, com um sorriso rasgado nos lábios, foi  isso.
 
Ai mãe... Nem imaginas a sorte que tive... Hoje houve um teatro sobre os perigos da internet, e  tivemos de faltar a duas aulas para assistir. Imagina lá em que aula é que isso calhou?
 
E pronto. Assunto arrumado. Fichas em casa. Fichas assinadas. Prontinhas para mostrar hoje à professora. Lá se foi o castigo e a lição. Fica para uma próxima. Que palpita-me (palpita-me...), que é capaz de não demorar muito tempo!
 

E o dia começa assim.

E quando  o teu dia começa com uma conversa simpática e recheada de elogios à tua pessoa,  a importância e o significado que tens na vida de alguém, o teu dia começa bem.
E o meu hoje, começou assim.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O rapaz tem futuro.


A imagem acima, ilustra o pão nosso de cada fim de semana, cá em casa. Durante todo o sábado e todo o domingo, os tpc descansam, porque também eles merecem o seu descanso. Ou porque são poucos (já fizeste os trabalhos de casa? não. mas tenho  tempo. é só uma fichinha pequenina. é um instante.), ou porque não há (tens trabalhos de casa?  não. acho que não), ou parecia que não havia, porque afinal, domingo à noite, o cérebro começa a carburar, e afinal lembrou-se dos trabalhos de matemática, e ainda dos de ciências.
Mas este fim de semana foi pior. Aproveitou-se de tudo. Brincadeira com amigos, playstation, televisão, futebol, e os trabalhos de inglês pernoitaram dentro da pasta, por fazer, porque afinal eram só para entregar na terça feira. Tínhamos tempo, portanto!
Muito embora, soubéssemos da existência do teste na quarta, e do de ciências na quinta.
Ontem, quando ouvi todos aquele discurso (do ultimo post), já ele tinha feito as seis fichas de inglês. As quatro do fim de semana, e as duas de ontem. Mais as quatro de ciências. Queixou-se. Estava esgotado. Nem podia tomar banho (afinal, tinha tomado no dia anterior). Dei dois berros, em protesto daquele queixume. Afinal, tinha deixado acumular trabalhos porque foi calão, e não lhe apeteceu fazer a ponta de um corno todo o fim de semana.
 
Não mãe. Não estás a perceber. Eu fiz de propósito. Eu deixei tudo para hoje, porque assim já estou a estudar para o teste de quarta. E se não tivesse deixado tudo para hoje, hoje só tinha estas duas fichinhas, e não tinha mais nada para estudar...
 
Então e o teste de ciências? Não podias hoje estar a adiantar o estudo de ciências???
 
Oh mãe! O teste de ciências é só na quinta. Ainda tenho muito tempo...
 
Bolas, que uma mãe não percebe nada disto. Assembleia da republica, advogado, vendedor de banha da cobra. O rapaz tem futuro.



segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Há professores muito maus...

Eu devia ter adivinhado. 
Chegarmos a casa, o rapaz ter-se sentado a fazer os trabalhos de casa sem que eu o tivesse mandado, tinha de trazer água no bico. 

Sabes mãe, estou mesmo feito. Mas mesmo feitinho. Não sei da minha caderneta, e a stora de matemática mandou levar a caderneta amanhã. E além disso vai ver os cadernos e se temos os testes e as fichas assinadas, e eu não tenho duas fichas assinadas. Mas o pior, é que tu não podes assinar, porque eu esqueci-me do caderno na escola, e as fichas estão lá. E agora vou levar falta de material, e recado na caderneta, mas como não tenho caderneta, estou mesmo feitinho de todo. A caderneta foi o Roque que a levou um dia por engano, e depois nunca mais me devolveu. Ele diz que sim, mas é mentira. E por isso estou-te já a avisar hoje, que é para amanhã não ficares muito chateada comigo. E o pior de tudo, é que eu tenho uma explicação para tudo, mas nunca ninguém acredita em mim. E aquela stora odeia-me. E eu sei que se eu lhe explicar que hoje como o intervalo era curto, levei o caderno para a aula de EV e esqueci-me lá dele, ela nem me vai ouvir. Porque parece sempre que eu falo chinomarquês e a unica que fala português é ela. E depois, o pior de tudo, é que ela é a unica stora que conta as faltas de material do ano todo. Os outros só contam as deste período. Mesmo que tivéssemos faltas no 1º periodo, chegamos ao 2º período e ficamos com a ficha limpa. Esta não. Esta hoje, eu estava a dizer que ainda só tinha duas faltas, e ela vem-me falar nas faltas de outubro e novembro? novembro, mãe? Isto não faz sentido. Estou-te a dizer. Estou mesmo receoso. Mesmo com medo. Porque eu já cheguei ao ponto de ter medo. Sabes quando uma pessoa tem medo de um assaltante? Eu tenho medo da stora de matemática. 

Coitadinho do meu menino. 
E esta stora é mesmo tramada (cabra). Onde já se viu contabilizar todas as faltas de material?
O mundo é realmente muito injusto. Mesmo para as crianças. 
E chinomarquês é coisa que ele não fala. Com um discurso destes, já lhe auguro um lugar na assembleia da républica. Mas antes disso, auguro-lhe um castigo. 

E passa tão rápido.

A noite de S. Valentim:
Combinei jantar com a maninha, ela que estava sem marido (que trabalhava), eu que estava com as crianças. Fomos buscar chinês, porque nem a uma, nem a outra, apetecia cozinhar. Sexta, é o dia  em que não posso já ver o fogão à frente.
O meu ex-rei tinha pedido para ficar com o filho à noite. Chegou antes do jantar. Jantou connosco.
Fizemos o rescaldo do dia dos namorados. Na escola distribuíram-se chupas em forma de coração. Anónimos. Ela recebeu seis. Um do irmão (que querido), três de amigas (combinado entre elas, que isto de correr o risco de não receber nenhum, é um bocado deprimente e embaraçoso) e dois incógnitos (e o peito inchado de orgulho). Ele não recebeu nenhum. Que isto aos onze anos é tudo muito envergonhado, e como tal, até se agradece se não se receber (para não se ser gozado a seguir ).
 
O fim de semana :
Madrugar no sábado. O príncipe, levado pelo pai ao futebol, mas na expetativa de me ver a assistir ao jogo. Minha vez de cozinhar, porque isto aos sábados é assim. Intercalado com a amiga, que leva a princesa ao Inglês. Ora cozinha uma. Ora cozinha outra. Adiantei o almoço às oito da manhã, e embora atrasada, cheguei a tempo de ver o miúdo  marcar dois golos. Acabado o jogo, corri para casa, com o filho e o amigo do filho, e o fogão à minha espera, para o almoço de dez.
Almoço servido, cozinha meio arrumada, chegam mais dois amigos do príncipe, uma coisa não programada, mas que o deixou feliz. Deixei os quatro em casa, sob mil recomendações, enquanto fui levar a miúda à explicação. Corri de volta a casa, tudo em ordem, miúdos aos gritos, excitadíssimos com a brincadeira, acabei de arrumar a cozinha, pus um bolo no forno, deixei-os sair para a rua. Pus a mesa, pão com queijo, bolo de laranja, chocolate quente. Chamei-os uma, duas, três, dez vezes. Jogavam  um jogo que não me recordo o nome, mas que me parece uma nova versão das "escondidas" do meu tempo. Regressaram todos sujos e enlameados. Lancharam, foram embora, fui buscar a miúda à explicação.
Regressei numa corrida, arrumei a cozinha do lanche. Servi o jantar (felizmente havia a sobra do almoço), arrumei a cozinha e sentei-me no sofá.
Adormeci sozinha. Ele jogava PS no quarto. Ela via a sua serie no PC.
 
Domingo, dormimos até tarde. Pequeno almoço. Passei a ferro. Fiz o almoço. Arrumei a cozinha. Sentei-me no sofá. Passei pelas brasas. Sozinha. Ele no quarto a jogar PS. Ela no quarto a estudar.
À noite reclamei. Sentámo-nos os três no sofá. Apenas um pouco, que defini a hora da deita para cedo. Redefinir regras. Cumprir.
 
E o fim de semana, passa tão, mas tão rápido, que nem me lembro de ter descansado.
 

Espelho meu, espelho meu


Espelho meu, espelho meu
Haverá cão mais bonito (e cagão)
do que eu?

Este, que é meu de sangue.


Uma das coisas boas do fim de semana. Rever o meu sobrinho. Este, que é meu de sangue. Ouvi-lo tagarelar. Um tagarelas de primeira,  que de quinhentas e oitenta palavras que diz com uma desenvoltura que só ele sabe, percebemos apenas uma meia dúzia. Este meu sobrinho, que tem o sorriso mais lindo, rasgado e aberto, mostrando os seus dentinhos (de mentiroso), enquanto corre atrás dos primos, atrás do cão, ou de uma bola.  Este, que é meu de sangue. Que só abraça quando lhe apetece, que foge do (meu) colo com elevada perícia, que olha de lado quando não lhe agrada ( personalidade vincada,  já) mas que me derrete quando verbaliza a palavra tia.
Uma das coisas boas do fim de semana. O meu sobrinho. Este, que é meu de sangue.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Há quantos anos temos S. Valentim?

Hoje fiz gazeta (quiçá por ser dia dos namorados).
Despachei o serviço através de casa, despachei o serviço de casa (bolas, como é que três gatos pingados  - e um cão pingado -sujam tanto uma casa?), e fui com o Schumi ao Vet. Uma tarde inteira nisto. O dia (quase) todo dedicado ao fiel companheiro, sr. cão (e não é uma bela maneira de passar a tarde dos namorados?).

Felizmente que a BFF me acompanhou (mais do que uma hora de monólogo, teria sido deprimente).
Vacina dada, mais uma semana de resguardo em casa, até a dita fazer o devido efeito (não sei se aguento mais uma semana de cocós, juro que não sei).

A boa notícia do dia :
Nivel quatro, no teste intermédio de português (se soubesse o que era rédea curta, talvez tivesse chegado ao cinco), e eu fiquei tão feliz que não tive coragem de lhe perguntar se tinha recebido algum bilhetinho secreto do dia dos namorados (se é que o fizeram).

Na sequência disto e desta conversa com a BFF, acabámos por discutir a longevidade da comemoração do dia de S. Valentim, já que a BFF dizia ser uma coisa muito recente, com menos de dez anos (disse inicialmente), depois, com menos de vinte anos (quando eu teimei que no meu tempo de escola me lembro de comemorar).
Minha BFF, não encontro nenhuma informação de quando esta tradição entrou em Portugal. Mas posso garantir-te que por essa Europa fora há países que o comemoram há séculos ( na verdadeira acepção da palavra). E a razão deste dia, diz-se que foi esta:


O Dia de São Valentim, ou Dia dos Namorados, é uma data comemorativa para celebrar o amor entre os casais. Em Portugal, comemora-se no dia 14 de fevereiro. São Valentim foi um bispo que lutou contra o imperador romano Cláudio II que proibiu o casamento durante as guerras por acreditar que os solteiros davam melhores soldados. O bispo continuou a celebrar matrimónios, no entanto, foi descoberto e foi preso e condenado à morte. Durante o tempo de prisão, os jovens enviavam-lhe flores e bilhetes a dizer que ainda acreditavam no amor. Enquanto estava cativo, apaixonou-se pela filha cega de um guarda e devolveu-lhe a visão, por milagre. Antes da execução, o bispo escreveu um bilhete para se despedir da amada e assinou-o como "o teu namorado" ou "o teu Valentim". Esta é uma das versões do aparecimento do Dia dos Namorados. 


Como vês, parece-me de facto uma coisa, já com alguma idade. 

É hoje que o Valentim desce à terra?

Hoje é dia dos namorados?
É hoje?

(bolas, ainda não me tinha apercebido).

E não. Não estou ressabiada.
Amem-se prá'í.
Beijem-se prá'í.
Abracem-se prá'i.
Quequem-se prá'í.
E desfrutem o dia.

O melhor blog.

E quando uma trovoada te aniquila por completo aquele raio de sol, o melhor é dar tréguas.

E hoje, e por hoje, não faço mais nada, a não ser, ler o blog que descobri ontem (eu que sou novata nestas andanças e tudo para mim é uma descoberta) e que me fez estar acordada até ás duas da manhã. Porque é o melhor blog que já li, e quero lê-lo de fio a pavio.
http://aminhavidadavaqualquercoisa.blogspot.pt/

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Quando menos esperas.

E então, surge.
O raio de sol.


Dias cinzentos, ás vezes, são assim.

Há dias assim.
Em que sais de casa com o dia cinzento.


 
 
 


E chegas ao teu local de trabalho, e o dia continua cinzento.

 
 
E esperas ansiosa que um raio de sol te invada o espírito para que consigas encarar o dia com ânimo.

 

Isto é para TI (e tu sabes quem és)

Isto é para TI (e TU sabes quem és).
Vivemos num mundo de aparências . E TU sabes disso. Já falámos sobre isso. Vivemos num mundo em que o importante é aparecer a sorrir, qual felicidade constante, estampada no rosto (quiçá  a acompanhar o ultimo modelito comprado na zara). E o importante é isso. Sorrir para a foto (quiçá alçar ligeiramente a pernita), mostrar o lado mais fotogénico e mostra-la ao mundo. Mostrar o quão feliz se é (mesmo que não seja), e o quão bem se está com a vida (mesmo que não esteja).
Não o crítico. Não o julgo. Nem TU. Apenas o comentamos.
A vida às vezes dá uma volta do caraças. A minha deu. Ainda não sei se para o bem (um dia hei de saber). E TU estiveste (e estás) lá. Para me ouvir, para me aturar,  para me encorajar, para me ajudar.
E sabes, EU estou cá.
As pessoas (algumas) tendem a afastar-se quando farejam um problema. O importante é o sorriso, a boa disposição, a boa companhia. TU és uma boa companhia, mesmo quando choras, mesmo quando praguejas, mesmo quando não te apetece dizer uma piada. TU és uma boa companhia (e boa companheira), e EU estou sempre cá para te ouvir, para te aturar, para te encorajar, para te ajudar (da melhor forma que sei e posso).
Porque EU gosto de TI. Assim mesmo. Com ou sem problemas (mesmo que eles te pareçam enormes, e sejam afinal tão pequenos, eu aceito e compreendo a dimensão que no momento lhes dás, afinal, EU faço o mesmo - não é?).
EU estou cá. Para TI. Sempre.
E só queria que TU soubesses isto (embora eu saiba que TU sabes, aqui fica o reforço da ideia, e TU sabes porquê).
Isto é para TI (e TU sabes quem és - uma mulher MARAVILHOSA acima de tudo).
 

Dois bons motivos para se ter uma gripe.

(pelo menos) Dois bons motivos de se estar com uma gripalhada destas (em cima dos queixos):

1- há dois dias que limpo os cocós do Schumi sem sinais de vómitos e sem que o meu filho venha a correr aos gritos ( porque com o estardalhaço que faço, pensa sempre que estou à beira da morte ) e acabe o serviço de limpeza (que embora não perfeito, não faz mais que a sua obrigação).

2- parece que ando no ginásio (mas não ando), porque me doem vários músculos, em especial, o abdominal (da porra da tosse). Mas se doem, é porque mesmo involuntariamente foram trabalhados. Se esta tosse durar o tempo que prevejo (por experiência, talvez ultrapasse um mês), fico tonificada a tempo da Primavera. 

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Quando tu pensas que a idade dos porquês já passou II

Quando tu pensas que a idade dos porquês já passou, e a tua filha, enquanto é lambuzada pelo Schumi (o nosso cão) te pergunta:

- mãe já pensaste que o Schumi pode ter tido outra vida? O que é que tu achas que o Schumi foi ?

(não sei. Mas há-de ter sido um animal que obra muito - para não dizer caga. Nunca vi um bicho de seiscentas gramas obrar tanto. Por isso ocorre-me talvez... um elefante).

-mãe, já pensaste nisso? Que pode haver reencarnação? Dizem que se tu tens muito medo de uma coisa se calhar é porque morreste dessa coisa noutra vida.

(na verdade nunca pensei muito nisso. Perco mais tempo a pensar no que vou fazer para o jantar, do que propriamente em reencarnação.)

- mãe, diz lá uma coisa que tenhas muito medo.

(e de repente, não me ocorre nada.
Tenho medo das doenças. Embora não pense muito nisso. Mas há grandes probabilidades de ter morrido de doença noutra vida. O que é uma causa comum a bem dizer.)

- Não sei. Não estou a ver - Respondi finalmente.

-mãe, pensa. Medo de alturas? Quem tem medo de alturas é porque pode ter morrido a cair de um precipício por exemplo. Medo do mar? Afogada. Não tens medo de nada?

(deve ser da gripe. não me ocorre nada. aranhas? baratas? alturas? não morro de amores, mas não tenho pânico. bolas, estou doente. vou deixar o tema para outro dia.)

E connosco o Benfica-Sporting, foi assim.

Quanto custa ver um jogo de futebol hoje em dia? Não vou a um estádio há uns quatro ou cinco anos, e mesmo quando o fazia semanalmente, não pagava nada. Estou portanto completamente alheia do quanto custará uma ida ao futebol.

Sei que o jogo de ontem me custou a módica quantia de vinte e cinco euros. Depois de ter ouvido umas mil vezes do meu filho  que subscrever o canal Benfica TV era o melhor investimento que podíamos fazer cá em casa, porque só custa nove euros e noventa por mês, e porque já podia ver todos os jogos do benfica em casa, além de, pois claro, muito importante, também poder assistir à liga inglesa, não deixando de salientar (mais importante ainda que as duas razões anteriores) termos o privilégio de assistir às fantásticas entrevistas do Carlos Dias da Silva no programa Alta Fidelidade (pronto, esta parte já sou eu que estou a inventar), lá cedi (passo a vida a ceder) e já com os sinais da gripe a infiltrarem-se por mim adentro, cedi também a mandar vir umas pizzas em género, não me chateiem, e não me peçam mais nada, que eu hoje estou capaz de ceder a tudo. 
Para gáudio do miúdo, e para estreia do canal cá em casa, felizmente o Benfica ganhou, a miúda que até é do Sporting, mas que estas coisas do futebol não lhe aquecem nem lhe arrefecem, ficou feliz porque o jantar foi pizza, eu jantei dois ilvico N e adormeci pedrada ainda o jogo ia no adro, e assim, lá marcharam vinte e cinco euros que foi um mimo.