quarta-feira, 26 de março de 2014

Audição estrábica leva a ignorância

Há diversas teorias sobre a queda do avião da Malásia.
Eu tenho a teoria que devo ter hibernado nos últimos quinze dias.
Quando a minha BFF me ligou ante ontem a dizer "afinal o avião já apareceu. caiu no índico". Eu respondi, "ai foi? " , embora tenha pensado nesse mesmo instante " porra, andava um avião perdido ?" e nem me descaí que não fazia a mínima ideia desta tragédia.
Eu não sabia. Nem disto, nem de nada.
Na verdade, desde que temos o cão (e já lá vão quase dois meses), deixei de ver notícias. Tenho uma televisão na cozinha, e é na hora de preparar o jantar que vou ouvindo com mais ou menos atenção o que se passa no mundo. Desde que temos o cão, sou obrigada a manter a porta da cozinha fechada. Enquanto ele não aprende que os tapetes não são local para defecações e afins (e está difícil de aprender).
Por essa razão, e por ter um ouvido estrábico (como lhe apelida o meu grande amigo J.), não posso ter a televisão ligada. Isso deixa-me completamente absorta do que se passa no resto da casa. Os miúdos podem gritar por mim que eu não oiço. E quando eu digo gritar, é ao ponto de todo o prédio ouvir, menos eu. Podem tocar à porta (e pode ser um gatuno), que eu não oiço. Pode algum deles cair na banheira ( e partir uma perna), que eu não oiço. Podem discutir os dois, uma daquelas discussões feias em que tenho de intervir (com direito a troca de biqueiradas nas canelas), e eu não oiço. Podem acontecer milhentas desgraças nas restantes assoalhadas deste nosso castelo,  se eu estiver com a porta da cozinha fechada e televisão ligada, não oiço. Tudo isto devido ao cão (ainda porcalhão). E devido ao meu ouvido estrábico (sim, gosto do termo, porque continuo a afirmar convictamente que  não sou surda, ok?).




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