sexta-feira, 2 de maio de 2014

A tara dos homens. Mamas.

 
 
Ontem cheguei à conclusão que há coisas que são mesmo inatas. Nascem connosco como um dado adquirido. Estão intrínsecas à nascença (na maioria dos casos). Falo da paranoia que o sexo masculino tem por mamas.
Ontem, a pedido da minha irmã, fiquei com o meu sobrinho que tem dois anos, enquanto ela foi dar uma volta com o maridão.
O miúdo que até há pouco tempo não ia assim muito à bola comigo, portou-se lindamente. Fiz-lhe todas as vontades, incluindo mil viagens da sala para o quarto do meu miúdo, enquanto eu abria armários e ele descobria os brinquedos já guardados e não utilizados há muito, pelo primo. Dei-lhos todos, enquanto ele os ia espalhando pela casa, e me fazia recordar outros tempos, em que difícil era manter uma assoalhada arrumada.
A hora de dormir foi mais complicada, uma luta entre ele e eu, enquanto o primo desistia de ajudar, e se refugiava no seu quarto de porta fechada e me avisava "não o calas e os vizinhos daqui a bocado estão aqui a bater à porta".
E ele, guinchava de cada vez que eu apagava a luz e falava na palavra ó-ó.
Então de luz acesa, cantei. "Era uma vez um cavalo, que vivia num lindo carrocel... ", e enquanto cantarolava a única canção de outros tempos de que me recordo, o miúdo descobriu as minhas mamas. E mexia ora numa, ora noutra. E depois, guinchava. E eu comecei a contar até dez. Literalmente. Com as duas mãos fechadas, ia levantando um dedo de cada vez, enquanto contava vagarosamente "um, dois, três...", e ele repetia o tês, o cinco e o sete, afastava as minhas mãos já todas abertas, porque o limite eram o número de dedos, e mexia numa mama, a seguir na outra.
Lembrei-me que o meu filho nesta idade, também tinha esta tara.
E tentei arranjar outra distração que não fossem as mamas, e tentei enfiar-lhe um biberon de leite pela boca abaixo. Não resultou. Guinchos outra vez, e eu a ver o caso mal parado. Guinchos, e as minhas mamas. Tentei aninhá-lo de luz apagada, a ver se se esquecia de que era eu, a tia renegada até há pouco tempo. E lá vinha ele com a mãozinha, apalpar uma mama, e depois outra. E guinchava (imagino que a pensar, estas mamas são diferentes).
E já exausto, de guinchar, de lutar contra o sono, tirou a chucha, e disse "quéio a mãe" e adormeceu.
Ouvi a sua respiração profunda, matei saudades daqueles cheiro a bebé, da pele macia, e do tempo em que os meus eram assim pequeninos e ainda os aninhava em metade do meu corpo.
O resto da noite... o resto da noite foi numa constante proteção das... minhas mamas. Proteger-me não das mãozinhas curiosas, mas dos pés em constante movimento.

2 comentários:

  1. Também eu gostava de ter uma tia que me deixasse apalpar-lhe as mamas, só para me sossegar

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  2. Bom, taras (salvo seja). Acho que não devias generalizar, eu é mais rabos, eheh !

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