quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Se, e se...

Já lá vão quinze dias de aulas. Os ritmos chegam lentos, a metereologia baralha os sentidos. O inicio do ano escolar foi marcado com chuvas e com  cheiro a outono, esta semana sabe-nos a verão. O regresso das aulas ontem, foi brindado com uns banhos de piscina, os trabalhos de casa ficaram na gaveta até o pós jantar. A hora de deitar ainda se estende até muito depois da hora marcada, a hora de acordar, essa, continua obrigatoriamente a mesma. 
Um novo ciclo para os dois, embora o espaço continue o mesmo. A miúda, ansiosa por uma liberdade aparente queria ter dado inicio ao secundário numa outra escola. A mãe, preocupada com esta caminhada, deixou-a ficar no mesmo colégio. O investimento foi largo, e muito, durante os últimos nove anos, e agora, agora sim, vai contar, as médias, as notas, faz-se mais um sacrifício, a miúda fica, até ver. A miúda conforma-se, aceita, reconhece que é talvez o melhor, são os ses, que nunca sabemos, fica no colégio, pede apenas para almoçar fora.
A mãe, que há anos faz duas marmitas, calcula o custo, reconhece que o atravessar uma estrada para comer fora, lhe dá o falso estatuto de menina crescida que pode sair do colégio, concorda e até se despacha mais cedo, com apenas uma marmita para preparar de manhã. 
A miúda chega a casa todos os dias, elogia a maravilha de pratos de come no restaurante ("mas posso não comer a sopa?), mas acrescenta que a comida da mãe é mil vezes melhor, e que é agora que percebe, o quão boa cozinheira a mãe é ("mas posso não comer a sopa?").
A mãe sente-se orgulhosa desta filha, que sabe reconhecer ("a sopa tens de comer"), que sabe aceitar ("só uma concha, mas tens de comer"), e que ainda ouve uma mãe, que faz o que acha melhor, muito embora existam sempre os "ses" e as dúvidas se assim é.

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