terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Ninguém disse que era fácil ...

Foi há um ano e dois meses que me separei. Foi uma decisão difícil, acima de tudo pelos miúdos. E principalmente, porque não havia mau ambiente em casa, discussões, ou algo que os pudesse levar a pensar que os pais poderiam tomar este tipo de atitude. Sabia que iria ser um choque para eles, e isso, acima de tudo fazia-me sofrer.
 
Julgo que soubemos conduzir o processo da melhor forma, e dado o facto de mantermos uma excelente relação, tem ajudado no equilíbrio deles, assim como no nosso (e se nós estivermos equilibrados, é meio caminho andado para eles estarem também).
 
Ele é, e sempre foi um excelente pai, e continua a estar presente quase diariamente na vida dos filhos. No entanto, há horas em que me sinto cansada. Ninguém disse que era fácil, e de facto não é.
Na hora de tomar decisões sobre qualquer assunto relacionado com eles, conversamos os dois, decidimos os dois.
No entanto há (muitas) horas, em que isso não acontece, por serem coisas de rotina, do dia a dia ...
Às vezes sinto que posso estar a ser muito tolerante, outras vezes sinto que posso estar a ser rígida demais. Às vezes sinto que me foge o meio termo e é nesse meio termo que sinto falta de apoio.
Às vezes sinto que não dou a atenção devida, porque chegamos a casa, e entre banhos, jantar e afins, chegou a hora de dormir. E depois há os dias em que chegamos, e saímos a correr, porque há o futebol dele, e a explicação dela, e depois o jantar, e um TPC a correr para não levar falta de material, e depois, a hora de dormir. Sendo que, a hora de dormir, não é de todo a aconselhável a duas crianças... 
 
A hora de deitar é um dos exemplos em que sei que estou a falhar por tolerância a mais... Todos os dias, quando o ponteiro passa já a passos largos das onze da noite, e depois de ter ordenado mais de trinta vezes para se deitarem, levanto a voz, gesticulo, solto a frase já rotineira "amanhã ás 9.30 estão na cama!!!", e no dia seguinte a situação repete-se.
Sinto que tenho de fazer um esforço, porque sei que no tempo em que o rei pai estava em casa, isto não acontecia. E nestas alturas penso logo numa daquelas frases celebres da minha mãe "a voz de um homem faz muita falta numa casa...".
 
Hoje vou tentar que hora da "deita" seja mais cedo do que o habitual, sem voz grossa e sem braços no ar. Vou tentar.
Ninguém disse que era fácil. Não é. Mas eu sou capaz...

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