O meu miúdo é pequeno. Meia leca, mesmo. Sempre foi. "ah, e tal, em que percentil está?" aquela pergunta da praxe, das mães que ostentam com orgulho a curva do crescimento e do peso. Merda, mais o percentil. Deixei de olhar para ele, a partir do momento em que percebi que não havia qualquer problema com a sua glândula do crescimento. Eu cresci tarde, o pai também, o miúdo crescerá a seu tempo. E se não crescer, nem todos podem ficar altos e espadaúdos. E não é por aí que o gato vai às filhoses.
Mas o miúdo é pequeno, e ostenta um bigode que alto lá. Uma penugem cerrada, escura, e a bem dizer horrível. E o miúdo preocupa-se. Porque apesar de ser pequeno, é já um pré adolescente, e há que pentear a franja, um toque de gel para aprumar a questão ("para a próxima podes comprar cera, em vez de gel? é que prefiro"), pele imaculada ainda, nada de acne à vista. Mas o bigode. O raio do bigode. É sacrifica-lo com camadas de cera quente, de quinze em dias, e o gajo não arreda pé. E o miúdo grita, de dor, mas olha para o espelho, e a penugem teima em ficar, e ele pede "vá, vamos tentar mais uma vez". E eu digo, isto com pinça, é capaz de lá ir. E ele, senta-se, e heroicamente aguenta com lágrimas nos olhos, enquanto eu lhe arranco, pelo a pelo. E olha para o espelho. E fica frustrado. "bolas, que ainda não saiu tudo". E ontem, irritado com a questão, disse-me que tinha de haver outra solução. "e a máquina? aquela com que vocês arrancam os pelos das pernas?" . Digo-lhe, que sim. Podemos tentar. E penso "corajoso". E penso "beleza a quanto obrigas". E penso "mas o miúdo já se está a tornar um metro sexual?" E agarro na máquina. E sem querer, um bocado do lábio prende-se nas lâminas da máquina. E faço-lhe um corte. E penso "bolas, que podia ter cortado o lábio todo ao miúdo". E o miúdo não desiste. E agarra na pinça e diz-me "vá, tira o resto com a pinça. e no fim, tira-me aí esse bocado de sobrancelha, que faz com que eu tenha monosobrancelha. que isso fica horrível". E eu cumpro o pedido. E quando já só se vislumbram meia de dúzia de pelos numa pele vermelha e fustigada, o miúdo dá-se por satisfeito e eu penso "anda passarinho novo na costa. só pode".
Oh, Majestade, welcome to reality <3
ResponderEliminarGilette, querida :)
Isso entrou cá em casa no dia do 13º aniversário.
E podem ser primos, o percentil também é baixo.
Mas ó, uma cara e uns olhos de arraso! ;)
Pois, é o que vale. É que pequenino, mas giro como tudo :)
EliminarAgora gilette??? numa pele de anjo?? já?
Não há grande alternativa. Aquilo cresce todos os dias... :)
Eliminarah credo, o miúdo está numa de agradar, está...
ResponderEliminarE o pior: a mais do que uma. já percebi...
EliminarAhahahahah, eeeeh, maluco :P
Eliminaropá se é a mais do que uma tem a sua razão de ser! tanto esforço só para uma não valia a dor...
EliminarSe fosse uma miúda era pior ;)
ResponderEliminarTambém voto na gillette. Não há necessidade de o fazer passar por essa tortura... para isso já bastamos nós!
Eu ainda não votei na gilette, para a criança não me ficar com um bigode cerrado, a modos que a picar e tudo, quando ainda tem uma cara de bebé...
EliminarGillette, claro! Oh, mulher, tu não ponhas o puto a sofrer com a cera! Jasus! (o meu começou aos 13 e também tinha uma carinha de bebé)
ResponderEliminarBeijo. :)
Pronto. Rendi-me. Daqui a quinze dias, quando aquilo estiver outra vez no ponto, venho contar como foi a experiência. Um beijo Maria (tu)
EliminarAi coitado do rapaz! Isso tudo por causa do bigodinho... ou das miúdas!
ResponderEliminarA aparência! Essa malvada! ;)
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