sexta-feira, 25 de julho de 2014

Em modo, a ficar velha

 
 
 
Ter uma filha adolescente que já não se contenta em passar parte do período de férias escolares  em casa, a brincar às escolas, bonecas, e a ver o canal panda, o canal Disney, e o raio, não é fácil. Não é mesmo.
Todos os dias surgem solicitações, todos os dias surge um novo programa, todos os dias é uma roda viva. Ontem foi o dia do Ocean Spirit, em Santa Cruz. E esta miúda, que é adolescente, mas nem tanto, e que ainda não se desloca sozinha para todo o lado (porque a mãe não deixa), precisa de boleia, ela e as outras amigas adolescentes.
E a mãe acelera o passo no emprego, despacha o serviço de um dia, em meio dia, não almoça, corre para casa, onde estão as adolescentes à espera, assim como a outra mãe motorista castigada , despe a farpela e veste a correr um biquíni e uma roupa semi quente, que isto em Santa Cruz é capaz de estar frescote, e põem-se à estrada.
E as duas mães chegam à praia, acompanhadas de um grupo de miúdas, e depressa se veem sozinhas, porque as miúdas desaparecem num ápice, o serviço de boleia estava metade cumprido. E esta mãe, esfomeada, decide petiscar qualquer coisa, porque se lembra que o estomago colado às costas é fruto de muitas horas sem comer, mas antes que o petisco chegue à mesa emborca três copos de sangria como se não houvesse amanhã. A sangria aconchega o estomago, o petisco colmata o resto, o cérebro começa a balançar. O balanço embala, toalha estendida na areia, diz a mãe que me acompanha no serviço de "táxi", que o resultado foi uma bela sesta, de boca aberta, e alguns ruídos (felizmente que esta mãe é por acaso a minha BFF, felizmente que não encontrei vivalma conhecida, reputação intacta).
Hora de jantar, miúdas regressam, alguém tem de lhes pagar a janta, comem num ápice, desaparecem, e nós, que bem que estamos a ver e ouvir o espetáculo sentadas, o jarro de sangria, olhamos para o relógio, horas suficientes para digerir o álcool.
O resultado foi uma dor incrível no rabo, falta de almofada carnal, diz a amiga, olho para toda a miudagem divertida, olho para o relógio, sei que o despertar no dia seguinte é cedo, tenho de trabalhar, chamo as miúdas que regressam já depois da uma da manhã, olho para elas, giras, frescas que nem uma alface, olham para mim em género ainda é tão cedo, não cedo, sinto-me a ficar velha.

8 comentários:

  1. Tu estiveste acordada até à uma da matina????? Credo, isso para mim é de manhã... hahahahahahaha. A adolescência é o melhor de tudo. Vai por mim. É pá, onde é que arranjaste esse cabelo??? Ainda há?

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    1. Quanto à adolescência, daqui a uns anos falamos (quando a tua, estiver nesse patamar) :)
      Quanto ao cabelo, respondi-te no post acima...

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  2. Modo mãe: tão bom! Como filha, dou os parabéns a esta mãe :) Felicidades! Gostei muito deste blog :)

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    1. Muito obrigada Pandorinh@. Fui dar uma "espreitadela" no teu, e gostei muito tb! ;) Bj

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    2. Obrigada do fundo do coração :') É bom ver que os nossos textos tocam outros corações... Sigo*

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  3. A ficar velha? Velha estou eu que à uma hora da manhã já estou apagada. Nada como ser mãe de uma adolescente para rejuvenescer. :)

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    1. rejuvenescer ? acordar com olheiras das noitadas...DELA! :)

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