Há histórias de amor que são para
sempre, como nos contos de fadas. Há histórias de amor, que nunca acabam.
E depois há as outras…
A minha história começou há 17 anos.
Eu não queria nem me sentia preparada para uma nova relação, mas a verdade é
que de cada vez que o via, o meu coração parecia que saltava do peito, as
minhas pernas fraquejavam, e quase que sentia vontade de inalar uma bombada de
ventilan (essa minha velha companheira de anos). Mas, casmurra, tentava ignorar
estes sinais, e transparecia indiferença de todas as vezes que o via, embora
ficasse angustiada quando isso não acontecia.
Valeu a persistência dele, com sorrisos
tímidos e mensagens enviadas por amigos em comum, que na altura não havia ainda
telemóveis, e como tal, nada de SMS e afins, tão comuns nos dias de hoje… Foi a esses amigos que autorizei o
fornecimento do meu contato telefónico, o numero de casa, e foi desse telefone
arcaico (daqueles pretos antigos, que nem teclas tinha – apesar de já os haver
na altura…) que falámos pela primeira vez.
Foi um namoro bonito, simples,
harmonioso e pleno de amor. Tão pleno, que acabei por engravidar da nossa
primeira filha um ano e meio depois. Eramos ainda muito novos. Eu com 24. Ele
com 21. Mas ela veio fortificar os nossos laços, e ter a certeza de que queríamos
construir uma família juntos. Assim, três anos depois, nasceu o nosso segundo filho. O cão veio
completar o ramalhete.
Quinze anos volvidos, e porque em
todas as histórias de amor há altos e baixos, decidimos quebrar os votos que
outrora nos tínhamos comprometido a não quebrar.
E hoje, não vivemos juntos. No
entanto, e por muito que outras histórias de amor se intercedam no nosso
caminho, há um laço que nos une para sempre que são os nossos filhos. E esse
laço é feito de amor. Por isso, muito embora possa não ser o conto de fadas
tradicional, e muito embora cause estranheza à maioria das pessoas (porque
causa), vivo com a convicção de que esta história de amor é assim… para sempre.
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