Este fim de semana tive (mais uma vez) a constatação de que ao trazermos outras vidas a este mundo, passamos a partir desse momento a acrescentar essas vidas e essas vivências à nossa. E com elas, carregamos tudo. O amor, a alegria, as tristezas, os sucessos e os insucessos. E a dor. As dores de crescimento são inevitavelmente difícieis (mas necessárias). Já passei por elas, passo agora novamente através deles.
O miúdo teve mais um jogo este fim de semana.
Num lance disputado caiu mal e magoou-se num braço. Eu percebi que ele se tinha magoado a sério, caso contrário nem se teria queixado. Continuou a jogar. Percebi que ele estava mal. Comecei a ficar em nervos. Apetecia-me gritar, para ele, para o treinador, para alguém. Não o fiz. Nunca o faço. Vejo o jogo, impávida e serena (uma serenidade apenas aparente). Dez minutos depois, foi ele quem pediu para ser substituído e saiu em lágrimas. Lágrimas pelas dores, mas acima de tudo por abandonar o jogo, a equipa. Foi a custo que o arranquei dali, rumo ao hospital.
O pior cenário não se comprovou. Nada partido. Tendões e ligamentos afectados, braço ao peito até parar de doer.
Durante todo o fim de semana dezenas de vezes a mesma pergunta. Se no próximo fim de semana estará recuperado para jogar. Porque mesmo que não esteja, quer jogar. Porque é o ultimo jogo. (porque está mal habituado, porque joga sempre e nunca é substituído) Porque vive aquilo com paixão e dedicação como se não houvesse amanhã.
Ele sofre com esta angustia. Eu sofro com ele.
Depois penso nos sofrimentos que ainda aí vêm. Dele. Dela. A primeira paixoneta, o primeiro desgosto de amor. E nestas dores de crescimento que os vão acompanhar, e que eu vou acompanhar com eles. Que fazem parte, que são importantes para o seu desenvolvimento enquanto pessoas, mas que doem.
E assim vai o mundo, renovando-se a cada miúdo que nasce, a cada mãe que sofre.
ResponderEliminarÉ padecer no paraíso, para esta coisa da Humanidade, continuar em frente.
É isso mesmo. Nem mais.
EliminarAs melhoras para ele
ResponderEliminarSónia
Taras e Manias
Obrigada Sónia!
EliminarNão há volta a dar! As dores de crescimento existirão sempre, o importante é que ninguém as passe sozinho, pois assim o mundo seguirá a ordem natural das coisas.
ResponderEliminarContudo, pode acontecer algo que faz parte do crescimento e que dói que se farta, como por exemplo:
- Mãe, tirei 20 a história, 20 a geografia, 18 a inglês.... 5 a matemática!
E a mãe ouviu assim...
- Mãe, tirei blá, blá, blá, blá, blá... 5 a matemática!
Ups! Dói, mas faz parte.,..
As melhoras rápidas ao jovem atleta!
Fernando, na verdade é mesmo assim! E ele ainda fica muito ofendido, a batalhar pelo entusiamo das outras boas notas, para que a má (que por sinal é mesmo a matemática), fique no esquecimento! ;)
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