terça-feira, 25 de novembro de 2014

Assim assim

Há os dias bons, os dias maus, os dias assim assim.
Não sei em que categoria enquadre o dia de ontem.
Uma manhã boa, uma tarde assim assim, uma noite má.
Depois de uma manhã boa, à tarde oiço dizer coisas menos boas de um filho, chego a casa, já quase sem forças para repetir o sermão que tem de ser dado (impreterivelmente), olho para o relógio, acelero o jantar que a hora da caminhada aproxima-se (e já que me dizem que caminhar é bom para o coxis, vamos a isso), faço um bacalhau com natas em meia hora, com direito a batata  frita verdadeira e tudo, enfio o fato treino, saio para a rua, acompanhada pela vizinha, pelo cão dela e pelo meu. Trabalhar a musculatura e o esqueleto a cães e seus donos, é a palavra de ordem. O frio gela a face, o coxis aquece, as dores diminuem, acelera-se o passo.
O percurso é diferente do habitual, encaminhado pela vizinha, cortamos caminho pelo campo de golfe. Tento olhar para a paisagem, mas está escuro que nem breu e a lanterna  fixa na cabeça da vizinha não é suficiente para grandes iluminações. Aparecem dois cães, sozinhos, de grande porte. A vizinha conhece-os, sabe onde vivem, devem ter fugido, diz-me.
O meu cão, um pingente canino com menos de três kilos, não gosta dos forasteiros, rosna, ladra, qual cão de guarda, atira-se ao maior. Numa questão de segundos, vejo a vizinha no chão, numa mão a trela presa à cabeça do meu cão, na outra ponta o cão grande com o meu cão abocanhado. E o que é que uma pessoa faz perante um cenário destes? Grita: "ai, que me vão matar o cão!". Não sei se foi o meu grito que surtiu o efeito desejado (palpita-me que não), o cão grande largou o meu cão pequeno, e com ele ao colo e sem luz (a lanterna perdeu-se no meio do aparato), voltámos a casa para avaliar os estragos. Cão de urgência no veterinário, quatro agrafes na barriga, injeções e medicação prescrita, cento e vinte euros largados. Sinto-me como se eu própria tivesse sido abocanhada por um cão, dói-me o corpo, parece que levei uma tareia. Penso,  podia ter sido pior. Assim, talvez tenha sido só... assim assim. 

4 comentários:

  1. Eu, diria que foi uma NOITE, muito má!!! Força!
    E mais, acho que deveria responsabilizar o dono dos cães de grande porte!
    As melhores ao seu canino

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    1. Pois, vou fazê-lo! A ver vamos, como corre!
      Um bj e obrigada Nina!

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  2. Safou-se o rapaz do sermão. O cóxis nem teve importância nenhuma e o cãozito vai ficar bom num instante!

    Beijo com abraço e mimo, sim? :)

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    1. O sermão tem vindo às prestações, que assim fica mais duradouro, e presente:)
      O coxis, raios, não há meio de sarar.
      O cão, esse sim, cheio de mimo e cuidados.
      Um beijinho, Maria! Obrigada!!

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